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As mágicas histórias de Amanda Magri de Abreu

Foto do escritor: palavraeversopalavraeverso
"Se você tem um sonho, acredite nele mesmo se ninguém mais acreditar."

Amanda Magri de Abreu é uma artista, escritora e tradutora brasileira. Em sua obra "As Bruxinhas Por Aí, publicada pela editora Palavra & Verso, apresenta um pouco do universo mágico que habita em sua mente, encantando leitores com suas histórias fantásticas.

Dando sequência para nossa série de entrevistas com autores da Palavra & Verso, trazemos aqui um pouco da trajetória literária de Amanda, bem como suas inspirações, seus próximos projetos, etc. Confira:



Palavra & Verso - Com que idade você começou a escrever, e quem mais te apoiou no início de sua carreira como escritora?

Amanda Magri de Abreu - Na verdade, comecei a produzir diários desde muito pequena, acredito que desde que comecei a escrever (hábito que mantenho até hoje), e passei a escrever histórias aos treze anos. Acredito que a minha família no geral me apoiou, como estava sempre escrevendo, e costumava ler as histórias para todos, não acho que tenham pensado que eu faria algo muito diferente. O meu marido João Eduardo também é uma pessoa que está sempre acreditando em mim, foi quem me motivou a enviar minhas primeiras histórias para as antologias e quem me incentivou a lançar “As Bruxinhas Por Aí”. Mas, honestamente, apesar do apoio dos familiares, acredito que quem mais me apoiou fui eu mesma, que segui em frente no meu sonho mesmo quando não encontrava terreno fértil.


Palavra & Verso - Quais são suas principais referências para criar histórias? Cite alguns dos seus autores favoritos.

Amanda Magri de Abreu - Sempre consumi muita arte, muita literatura, desde criança. E minhas fontes vinham de lugares variados, embora sempre tendesse mais para o clássico e o gótico. Eu era a criança peculiar que leu sobre Joana D’Arc aos nove anos e saiu pela escola falando a respeito, eu não entendia muito, mas ficava fascinada. Quando mais nova, meus livros preferidos eram Alice Através do Espelho e o Jardim Secreto. Recordo que a primeira coisa que comprei com o meu primeiro salário foi a biografia de Edgar Allan Poe. Na adolescência acabei mergulhando de vez nos clássicos, lendo excessivamente Jane Austen, Sir Arthur Conan Doyle, as irmãs Brontë, Bram Stoker, autores que, coincidência ou não, acabei traduzindo ao ingressar no mercado da tradução literária. Na faculdade, acabei conhecendo a obra de Neil Gaiman e me apaixonando. Hoje em dia, consumo uma gama muito variada, clássicos ou modernos, mundiais ou nacionais, desde livros mais espiritualistas, feministas e críticos, como as obras de Clarissa Pinkola Estés até contos de fadas, livros de fantasia no geral e poesias de meus conterrâneos como Beatriz Tajima.

Isso tudo, é claro, se reflete na minha escrita, onde acabo produzindo um pouco de tudo, transitando desde a literatura infantil até o universo das crônicas, poemas adocicados e contos de horror e suspense.


Palavra & Verso - Como é o seu processo de criação? Você passa por bloqueios criativos?

Amanda Magri de Abreu - São dias, semanas ou às vezes até meses improdutivos em intervalos de um momento de inspiração em que eu me sinto praticamente possuída e tudo o que eu consigo é parar o que quer que eu esteja fazendo e escrever, sem parar, até terminar de derramar sobre o papel o que aquele lampejo veio me trazer. Muitas vezes, inclusive, acordo no meio da noite com poemas inteiros prontos na minha cabeça, meu poema “Tributo à Insânia”, publicado pela antologia The Circus, foi assim. Não é o processo mais saudável, mas é o que acontece.



Palavra & Verso - Ainda falando sobre o seu processo de criação, quais são os desafios diários de ser escritor?

Amanda Magri de Abreu - Existem muitos.

Existem os internos, como ter que lidar com as travas e traumas que nos bloqueiam; lidar com os bloqueios em si e produzir mesmo assim, buscando exercícios de escrita que nos motivem e auxiliem no processo; lidar com o medo de se expor, pois a escrita é um exercício que nos desnuda; entre outros.

Existem também os externos, como a busca por leitores; a luta por um espaço no mercado editorial, espaço nas redes sociais, etc.

Além dos desafios que não se restringem apenas a escritores, como a síndrome do impostor, ansiedade, manutenção da saúde mental, entre tantos outros.


Palavra & Verso - De onde veio a inspiração para o seu livro “As Bruxinhas Por Aí”, e como surgiu a ideia do título?

Amanda Magri de Abreu - Eu queria algo que desmistificasse a ideia Hollywoodiana das bruxas, algo que trouxesse mais para o dia a dia. Com as curandeiras, benzedeiras, com a bruxaria natural, sabemos o quanto conhecimentos e práticas ancestrais são valiosas e muito utilizadas “por aí”, mesmo que sem percebermos, como tomar um chá de camomila para diminuir as dores de cabeça.

Ao mesmo tempo, eu queria algo que tirasse o medo das crianças a respeito dessas práticas e das bruxas, palavra que possui ainda uma carga tão pesada, e são mulheres que muitas vezes acabam sendo retratadas de modo tão negativo e fantasioso pela mídia e pelas falas alheias.

Essa ideia ficou existindo e maturando de maneira quase que imperceptível no fundo da minha cabeça por alguns meses, até que, em uma tarde de domingo, lembro que sentei no sofá na frente da janela da minha casa e fui tomada por um daqueles meus impulsos, eu apenas pedi ao meu marido para que não falasse comigo por algumas horas. No fim do dia, o livro estava pronto. Claro que ainda vieram algumas revisões, mas isso é natural.



Palavra & Verso - Como foi a criação das personagens que aparecem em “As Bruxinhas Por Aí”? Fale um pouco sobre elas.

Amanda Magri de Abreu - Justamente por querer mostrar que essas práticas existem e estão “por aí”, isso é, estão por toda parte, estão presentes nas pessoas mais inesperadas, como eu mesma disse por meio da personagem Laura, “desconfie até da sua vovozinha”, eu quis retratar pessoas variadas, desde suas faixas etárias até suas práticas. Cada bruxinha no livro traz um saber e uma vivência.



Palavra & Verso - Como você sente que foi a recepção do público, após o lançamento do livro “As Bruxinhas Por Aí”?

Amanda Magri de Abreu - Muito positiva. Tive o prazer de receber cartinhas amorosas de alunos de uma escola de Ribeirão Bonito, em que as professoras leram o livro para os alunos e eles, para o meu deleite, ficaram encantados.

Também tive a sorte de ouvir relatos de pais me dizendo que a filha estava sem dormir por medo de bruxas e que depois de ler o meu livro começou a adorar a história e voltou a dormir à noite.

Houve inclusive uma garotinha que quis que o tema da festa de aniversário dela fosse das “Bruxinhas Por Aí”. Essa mesma garotinha, mais tarde, ficou hospitalizada, e quis levar o meu livro consigo para se sentir melhor nos dias difíceis.



Palavra & Verso - Você tem muitos projetos em mente? Pode falar sobre algum deles? Fale um pouco sobre sua trajetória literária.

Amanda Magri de Abreu - Muitos projetos, projetos até demais. Estou sempre participando de antologias diversas e eventualmente pretendo ingressar no mundo dos quadrinhos, mas que estão mais próximos de lançamento: estou com um livro de poemas engatilhado que, para ser sincera, me falta um pingo de coragem para lançar. E há também um livro de contos fantásticos que estarei enviando para editoração em breve.



Palavra & Verso - Gostaria de deixar um recado de motivação para novos escritores continuarem a buscar por seus sonhos?

Amanda Magri de Abreu - Ninguém conhece você melhor do que você mesmo, se você tem um sonho, acredite nele mesmo se ninguém mais acreditar, sem abrir mão da sua verdade, sem abrir mão do que você quer, porque os sonhos dos outros são diferentes dos seus.



Palavra & Verso - E por último, um bate e volta:

Uma pessoa: Marilyn Monroe

Um livro: Emily de Lua Nova

Uma música: Don’t You – Simple Minds

Um gênero: Tragicomédia

Um filme: O Clube dos Cinco

Um sonho: Ilustrar e escrever as minhas próprias histórias

Uma frase: “Estou possuído pelos novos prazeres que sinto nas coisas que vejo, porque tenho a esperança de fazer algo que tenha alma” (Van Gogh, 1958/1991b, p. 452, carta 230).



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