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Uma viagem à Gaumália com Alan Polanczyk

"Escreva em dias de sol, e também escreva em dias de chuva. Você terá muito dos dois!"

Alan Polanczyk é um escritor natural de Foz do Iguaçu, Paraná. Desde muito jovem, desenvolveu um interesse especial por narrativas que equilibram o fantástico e o humano. Atualmente, conta com duas obras publicadas, sendo Monte Verde o seu livro de estreia. Nessa obra, cria um universo próprio, repleto de mitologia e conflitos políticos, explorando com profundidade os dilemas de seus personagens.

Além de seus romances, Alan possui diversas participações em antologias que transitam entre os gêneros do terror e da fantasia. Nessas coletâneas, demonstra versatilidade ao abordar temas sombrios, tragédias humanas e o sobrenatural com igual habilidade. Seu trabalho se destaca pela construção cuidadosa de mundos imaginários e pela capacidade de criar histórias envolventes que convidam o leitor a refletir sobre valores, medos e esperanças.

Dando sequência para nossa série de entrevistas com autores da Palavra & Verso, trazemos aqui um pouco da trajetória literária de Alan, bem como suas inspirações, seus próximos projetos, etc. Confira:





Palavra & Verso - O que te atrai tanto no gênero fantasia e por que escolheu esse caminho para suas histórias?

Alan Polanczyk - Eu diria que o maior atrativo do gênero é ser uma via de mão dupla entre o fantástico e a realidade. Tolkien criou uma história sobre anões, hobbits e dragões para falar do valor inestimável de cultivar amizades verdadeiras ou do quão sortudos são aqueles que possuem um lar para retornar depois dos dias de provação. A fantasia está repleta dessas mensagens preciosas, escondidas nas entrelinhas para serem descobertas por quem estiver disposto a procurar. Para mim, essa é a verdadeira magia do gênero.



Palavra & Verso - Você já participou de antologias com contos de fantasia e também de terror. Como é para você transitar entre esses dois gêneros?

Alan Polanczyk - No início foi um verdadeiro desafio, mas sempre encarei como algo gratificante. Creio que O Monstro no Cais, meu primeiro trabalho no terror, foi uma experiência decisiva para que eu escolhesse seguir transitando entre os dois gêneros. Mesmo na fantasia, sempre gostei de escrever sobre a tragédia que persegue os vícios e alguns sentimentos humanos, mas foi no terror que encontrei um terreno fértil para abordar isso na intensidade que mais me agrada. Atualmente, não consigo eleger um favorito entre esses dois gêneros em particular, e sou grato por isso.



Palavra & Verso - De onde costuma vir a inspiração para criar os mundos e mitologias presentes nas suas histórias?

Alan Polanczyk - Meu foco até o momento sempre esteve nos personagens, e busco inspirações que me ajudem a criar algo legal e verossímil para suas motivações. Em Monte Verde, por exemplo, é reconhecível um paralelo quase direto com as lendas do Rei Arthur e seus cavaleiros.



Palavra & Verso - Algum personagem seu já te surpreendeu, tomando rumos que você não havia planejado?

Alan Polanczyk - Monte Verde é um livro que nasceu justamente de uma situação como essa. A jornada de Osnar de Bento era só uma canção de três ou quatro estrofes, servindo como pano de fundo em outra das minhas histórias. A questão é que, imaginando essa figura do herói à prova de falhas, percebi o quão irrealista ele parecia ser (ao menos naquele contexto), e isso acabou me motivando a repensar o personagem. Osnar ganhou seus defeitos irremediáveis, alguns arrependimentos e uma pitada de sarcasmo, tornando-se o homem que conhecemos no início da obra.



Palavra & Verso - Na sua opinião, o que não pode faltar em uma boa história de fantasia?

Alan Polanczyk - Conexão. Nós só conseguimos embarcar de verdade em uma fantasia quando nos conectamos com seus personagens e seu mundo. É a nossa conexão que dá asas à imaginação, criando os cenários, as maravilhas e os perigos. Ela nos permite torcer, vibrar e temer pela vida dos nossos personagens favoritos. Se não fosse por isso, um livro seria só tinta no papel.



Palavra & Verso - Como leitor, quais autores ou obras de fantasia (ou terror) mais te marcaram?

Alan Polanczyk - Eu já citei O Hobbit em outras oportunidades, pois, para mim, foi uma porta de entrada. Também diria que As Crônicas de Gelo e Fogo me marcaram bastante como leitor. Falando sobre terror, eu destacaria Carrie, de Stephen King, e O Médico e o Monstro, de Robert Louis Stevenson.



Palavra & Verso - Pode nos dar uma pista sobre seus próximos projetos? Vai continuar explorando a fantasia ou pensa em experimentar outros gêneros?

Alan Polanczyk - Existem projetos em andamento, alguns mais avançados do que outros. Posso dizer que continuarei pelos caminhos da fantasia e do terror, pois são minha paixão, mas também garanto que um dos próximos lançamentos é uma experiência inédita em um gênero totalmente novo para mim. Fiquem ligados!



Palavra & Verso - Monte Verde se passa em Gaumália, um reino marcado por guerras e agora sob a liderança de John de Gaunt. Como foi o processo de construir esse cenário político e histórico para a história?

Alan Polanczyk - Sempre me interessei muito pelo estudo da área de História, especialmente quando se trata do período medieval. Esse fascínio pelos acontecimentos do mundo real me deixou confortável para pensar nos conflitos políticos e bélicos de Monte Verde. Por exemplo: um rei negligente ser destronado por seus súditos era uma dinâmica comum e até mesmo previsível naquele período. Para construir um cenário ideal, reuni essa e algumas outras situações históricas e desenvolvi aquelas que levariam a trama para o que eu imaginava ser uma conclusão satisfatória para o livro.



Palavra & Verso - A relação entre Bors e Osnar parece central na trama. Como você desenvolveu essa dinâmica entre o jovem aventureiro e o cavaleiro experiente?

Alan Polanczyk - A dinâmica entre os personagens se apoia muito em suas diferenças, mas não de forma antagônica. A inocência de Bors faz Osnar se lembrar do que o motivou a ser um cavaleiro. Ao mesmo tempo, a visão crua e pessimista do homem mais velho se torna a centelha que permite ao menino questionar suas certezas antes inabaláveis. Para mim, são exatamente esses pontos de distinção que os fazem encaixar tão bem.



Palavra & Verso - O que espera que o leitor leve consigo ao chegar ao fim da jornada de Bors e Osnar? Existe alguma mensagem ou sentimento específico que gostaria de deixar?

Alan Polanczyk - Isso é algo muito individual. Não sinto que é meu papel dizer explicitamente quais sentimentos ou mensagens podem ser encontradas em Monte Verde. O que posso fazer é desejar uma ótima viagem a qualquer leitor que queira conhecer essa história mais de perto.



Palavra & Verso - Qual conselho você daria para aspirantes a escritores de fantasia que estão começando agora?

Alan Polanczyk - Escreva em dias de sol, e também escreva em dias de chuva. Você terá muito dos dois!

 


 
 
 

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