Desbravando as crônicas de Carlos V. Marques
- palavraeverso

- 14 de ago.
- 4 min de leitura
"A fantasia, ao assumir diferentes roupagens, pode trazer variados contextos e abordar temas sociais importantes."
Carlos Vinicius Marques dos Santos sempre gostou de livros e filmes de histórias de magia e aventura. Um belo dia, resolveu dar vida às vozes da sua cabeça e começou a escrever sua obra repleta de mistérios, guerras e emoções, compartilhando com o mundo um pouco mais sobre si mesmo. Atualmente, ele trabalha com produções acadêmicas e técnicas, tendo seu campo de concentração na área da Economia Aplicada.
Dando sequência para nossa série de entrevistas com autores da Palavra & Verso, trazemos aqui um pouco da trajetória literária de Carlos, bem como suas inspirações, seus próximos projetos, etc. Confira:

Palavra & Verso - Como começou sua jornada na escrita e o que te levou a escolher o gênero fantasia?
Carlos V. Marques - Minha jornada começou com a leitura de diferentes gêneros literários, mas sempre senti um fascínio especial por fantasia e mistério. Esse interesse foi alimentado por filmes e, com o tempo, pela necessidade de criar minhas próprias histórias, com meu contexto, meu universo e a possibilidade de compartilhá-las com outras pessoas.
Palavra & Verso - Quais elementos você considera indispensáveis em uma boa história de fantasia?
Carlos V. Marques - Acredito que a emoção seja a principal, e, além dela, o mistério ajuda a motivar o leitor e a despertar a curiosidade.
Palavra & Verso - Suas obras trazem influências da cultura brasileira ou de mitologias específicas? Como essas referências moldam seu universo?
Carlos V. Marques - Diversas influências, vivências e uma mistura de culturas diferentes marcaram minha trajetória. Conhecer pessoas durante minhas viagens e ter contato com diferentes leituras me ajudou a construir narrativas que incorporam, além de outros elementos, aspectos históricos e a mitologia egípcia.
Palavra & Verso - Como você constrói seus mundos? Você parte de mapas, sistemas de magia, personagens e outros elementos?
Carlos V. Marques - Construo minhas histórias a partir das vozes da minha mente, que me ajudam a formular ideias, criar personagens e desenvolver um contexto de mundo. Questões de diferentes religiões contribuíram para a criação dos sistemas mágicos, das estruturas e do cenário que compõem minhas narrativas.
Palavra & Verso - As Crônicas de Nícolas apresenta um mundo rico em seres mágicos e espiritualidade. Como foi o processo de criação desse universo e de suas regras, como a mana e as reencarnações dos guardiões?
Carlos V. Marques - Tive como fundamento as religiões que debatem questões sobre espiritualidade e energia espiritual para embasar minha história. Também considerei a interpretação da realidade, pois possuímos características, poderes e fraquezas diferentes e isso nos molda. Esse conjunto de fatores contribuiu para a criação dos guardiões e de toda a magia que os envolve.
Palavra & Verso - Nícolas passa por uma jornada de amadurecimento ao lado do conselheiro. Como você desenvolveu a dinâmica entre esses dois personagens e o que ela representa dentro da narrativa?
Carlos V. Marques - Minha relação com amigos e familiares sempre foi marcada pela troca de conselhos tanto ao dar quanto ao receber e isso me inspirou a pensar na construção dessas conexões entre os personagens. A rotina, as vivências e as jornadas em diferentes contextos nos amadurecem e nos fazem evoluir em uma construção social, política, econômica e, especialmente, espiritual. Essa narrativa, com os dois personagens, representa essa troca e contribuição mútua, refletindo a realidade das relações entre pessoas distintas.
Palavra & Verso - Existe algum personagem seu com quem você mais se identifica? Por quê?
Carlos V. Marques - Alguns personagens possuem traços com os quais me identifico, seja na personalidade, nas características ou em outros aspectos. Contudo, aquele que mais me representa é o Conselheiro pelas atitudes calmas, pela forma de pensar e articular ideias, e pela maneira como contribui para a vida das outras pessoas.
Palavra & Verso - Qual foi o maior desafio ao escrever sua obra mais recente?
Carlos V. Marques - Articular as ideias em ordem cronológica e separar cada momento para desenvolver outros personagens a longo da história.
Palavra & Verso - Como você vê o cenário da literatura fantástica nacional hoje?
Carlos V. Marques - Em ritmo de crescimento e desenvolvimento, movendo sonhos, objetivos e dinâmicas sociais e econômicas.
Palavra & Verso - Que autores, nacionais ou internacionais, mais te inspiram?
Carlos V. Marques - Clive Staples Lewis e Rick Riordan são referências para mim, tanto pela abordagem quanto pela construção das histórias e dos personagens.
Palavra & Verso - Você acredita que a fantasia pode abordar temas sociais ou existenciais profundos? Já fez isso em alguma de suas histórias?
Carlos V. Marques - Tenho plena convicção de que a fantasia, ao assumir diferentes roupagens, pode trazer variados contextos e abordar temas sociais importantes. É fundamental compreendermos isso, pois a fantasia tem o poder de mudar vidas e transformar pessoas, atuando nos mais diversos contextos sociais e além.
Palavra & Verso - Para quem está começando agora, qual conselho você daria a um novo escritor de fantasia no Brasil?
Carlos V. Marques - Inspirem-se não apenas nas ideias de outros autores, mas, principalmente, compreendam suas realidades e vivências, e como a escrita no gênero da fantasia pode transformar a vida das pessoas ao seu redor.



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